Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

27 de setembro de 2014

Discussões acesas, percepções, clareza e lições valiosas

https://i.chzbgr.com/maxW500/4529564928/h207381F5/ 
O que isto quer dizer é que os nossos olhos vêem o mundo através de uma luz ofusca, pouco nítida. Reconhecer isto, conseguir ser imune às influências dos outros e calar o burburinho de vozes na cabeça é um sinal de maturidade e é aí que reside a verdadeira sabedoria.  


Infelizmente, desde a mais tenra idade que somos constantemente bombardeados com regras a que temos (forçosamente) de aderir, moldados para obedecer a certas normas sociais e, frequentemente, a encarar e a descartar muitos dos nossos sonhos como infantis, imaturos, ou irresponsáveis. O resultado, para muitos, é um dia olharem para um espelho e não reconhecerem o monstro que olha para eles e depois chegarem ao fim azedos, ressentidos, arrependidos e a desejar que o fim se aproxime depressa.  Espero que isto nunca aconteça comigo. Sinto que estou agora a começar a descer uma escada com (ainda) muitos degraus e espero chegar ao rés-do-chão com um sorriso nos lábios – se não de felicidade e alívio por ter tido uma viagem fácil, ao menos com um sorriso de satisfação por todas as lições valiosas que esta jornada cheia de solavancos me proporcionou. Uma destas lições foi, precisamente, reconhecer que cada questão e ponto de vista tem, pelo menos, dois lados; que as aparências iludem; e que, numa discussão qualquer, é importante colocarmo-nos no lugar da outra pessoa e fazer por entender o que a leva a reagir de certa maneira. Mas talvez a lição mais importante seja reconhecer que se deve pensar menos e agir mais, nunca deixando que o medo nos impeça de concretizar os nossos sonhos, seguindo sempre o nosso coração e o que nos faz sentir bem. As decisões que afectam o nosso futuro devem ser tomadas por nós e não para agradar ninguém. Todas estas lições têm a ver com a tal percepção e clareza a que William Blake se refere. Infelizmente, ainda não consigo é ser muito consistente e, por vezes, ainda me faltam as forças para lutar contra a maré.  É que passar a vida a lutar pode tornar-se muito cansativo, o que por vezes nos leva a escolher o caminho mais fácil em vez de o mais gratificante...e o resultado são (ainda) mais remorsos no futuro.  

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