Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

28 de agosto de 2014

Serviço ( no sentido de “préstimo”, “benevolência”, “obséquio”, “ajuda” ) actos de egoismo virtuoso e o voluntariado



Sempre que oiço alguém dizer (a respeito de fulano, beltrano, sicrano) “So-and-so owes me a favor” ou “Why should I help? What has he/she ever done for me?” fico logo de pé atrás em relação a essa pessoa. Gentinha deste tipo é falsa, dão-me volta ao estômago e eu tenho um nariz muito apurado para os detectar. Infelizmente não foi sempre este o caso, deixei-me enganar no passado e o resultado de tanta igenuidade parva é hoje ter de lidar com muitas pessoas assim. Um outro efeito secundário foi um mecanismo de defesa da minha parte que resultou em relações superficiais, distâncias higiénicas e conversas de chacha.
   
Ser prestável deve ser prova de boa vontade sem quaisquer segundas intenções. Porque ajudar para agradar aos outros, ou para que estes gostem de nós, ou para que nos fiquem a dever um favor qualquer, perde todo o mérito. Ser prestável vai muito além de um mero esforço humanitário; sermos uns para os outros é um caminho de alegria e auto-realização. 

Porque ajudar sem agendas escondidas (como, por exemplo, para sermos bonzinhos e ganharmos o reino dos Céus) torna-se um acto egoista no bom sentido da palavra: fazemos a pessoa que necessita de ajuda feliz e, como a felicidade é contagiosa, nós próprios também nos sentimos bem ao ver o fruto do nosso trabalho e o impacto que tivemos – por muito pouco que este seja. Por outro lado, ajudar para ganho pessoal ou por obrigação é uma oportunidade perdida para fazer crescer a felicidade. E é esta a razão porque o voluntariado é, frequentemente, uma das melhores receitas médicas para a depressão – e não me refiro à depressão clínica, com a qual não se deve brincar e que requer atenção médica; refiro-me mais aos “blues” que resultam dos maus bocados porque todos passamos ao longo da vida.

"When we give cheerfully and accept gratefully, everyone is blessed." – Maya Angelou
The best way to find yourself is to lose yourself in the service of others.” – Mahatma Gandhi

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