Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

4 de agosto de 2017

Obras de arte inacabadas



“Dormimos na vida.
Nunca amamos alguém.
Amamos somente a ideia que fazemos de alguém (…)
Brincamos a existir (…)
O cadáver dá-me a impressão de um traje que se deixou.
Tudo quanto tenho sido, é uma espécie de engano e loucura.
A vida é o que fazemos dela.
O que vemos não é o que vemos senão o que somos.”

Bernardo Soares (o cansado e sonolento Fernando Pessoa)
em: O Livro do Desassossego

Extractos de um livro que levou 20 anos a escrever. Um livro sem nexo aparente mas mais profundo do que muitos textos com princípio, meio e fim. Um livro em que cada leitor traça o seu próprio mapa, constantemente tropeçando em frases que o transportam a sítios até aí tão perto… mas inacessíveis. Um livro que abre os olhos de quem o lê, que faz pensar.
Um autêntico emaranhado de sentimentos e reflexões; um labirinto sobre a alma humana que nunca chegou a ser completado, mas que tão profundamente mexe com a alma de quem o lê. Inacabado, porém longe de imperfeito – tal qual as belas capelas do Mosteiro da Batalha.
Uma amálgama de mensagens intemporais.
Uma verdadeira pérola da literatura portuguesa.


Obrigada amigo por me acordares para a obra deste senhor:
“Nunca amamos alguém. Amamos somente a ideia que fazemos de alguém.”
                                                               Obrigada por isto. 💔

f7b60c5d254cd7e8bf9e50d8d8dad49c
Nota pessoal:
Tu também tens um dom para a escrita que, como estás farto de me ouvir opinar, acho que devias aproveitar. Esses textos que dizes teres espalhados por diversos cadernos e computadores (e que, a teu ver, não interessam a ninguém) fazem-me lembrar o espólio riquíssimo na forma de folhas soltas de papel deixados por Pessoa, e encontradas certa de duas décadas dentro de um baú.

Ao contrário de tanto narcisista famoso sem talento e pseudo-intelectual por aí fora, a humildade inata dos grandes génios não lhes permite reconhecer a verdadeira extensão das suas capacidades.

Um dia, eu teria o enorme prazer em ajudar-te a organizar e/ou a editar (para consumo público ou, se preferires, privado) todos esses teus rabiscos inéditos e pensamentos avulsos.

Entendo que te falta o justo reconhecimento do teu mérito enquanto escritor e, como tal, acho uma verdadeira pena não te aperceberes da dádiva (legado) que poderias deixar à humanidade.

Estamos conversados. 


 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

(Insultos e SPAM serão eliminados)