Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

13 de setembro de 2015

Frase do dia:



“The suffering of each of us affects others. The more we learn about the art of suffering well, the less suffering there will be in the world.  Thich Nhat Hanh

Isto porque – enquanto não conseguirmos enfrentar o nosso sofrimento, não podemos estar verdadeiramente presentes e disponíveis para a vida; enquanto continuarmos a cobrir a dor interior com panaceias das mais variadas estripes, a felicidade nunca deixará de ser uma ilusão.

Tratando do sofrimento dentro de nós, teremos mais clareza, energia e força para ajudar a resolver o sofrimento alheio: o dos nossos entes queridos, o da comunidade em nosso redor e o do mundo em geral. Se, porém, nos limitamos a pôr um “penso adesivo” no medo e desespero dentro de nós, não podemos ajudar a eliminar o sofrimento dos outros.
 
Este post veio a propósito da recente notícia que uma jornalista húngara tropeçou um refugiado sírio, enquanto este corria tentando salvar a sua vida e a do seu filho de 7 anos, que levava ao colo. A minha primeira reacção foi uma mistura de ódio e revolta; “besta” foi a melhor alcunha que dei à húngara. Dias mais tarde, quando li que a jornalista disse estar arrependida, a minha reacção não foi muito melhor, até porque não acreditei que a senhora estivesse verdadeiramente arrependida. 

Continuo a achar que se estiver verdadeiramente arrependida que devia passar o resto dos seus dias a esforçar-se para que a vida destes dois refugiados se torne melhor, mas (e há sempre um “mas”)...também não deixo de pôr de lado a hipótese de a mulher ter entrado em pânico e, por não ter lidado bem com o medo que então sentiu, causou ainda mais sofrimento em quem não precisava de sofrer mais. É a este tipo de reacção que Thich Nhat Hanh se refere na citação acima mencionada. 

É importante lembrar que a raiva não passa de uma manifestação externa da dor, do medo e da frustração. As pessoas só reagem ao que sentem por dentro.  E é por isso que não devemos desperdiçar as nossas energias e tempo a interiorizar opiniões alheias sobre nós: nem os elogios, nem as críticas.

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