“We as a
society have an implicit bias toward extroverts -- those who talk the most get
the most attention, even though there's no link between how much we talk and
the quality of our insights. And that means we too often dismiss introverts and
their ideas; that is, we leave out at least a third of the population, and
that's costly to everybody, not just introverts.” - Susan Cain in “Quiet:The Power of Introverts in a World That Can't Stop Talking”
De
acordo com Susan Cain, os conceitos expostos
neste livro provocaram um movimento e, para ajudar a galvanizar este movimento,
Cain decidiu criar Quiet Revolution,
uma empresa dedicada a "libertar o
poder dos introvertidos para o benefício de todos nós.”
O Objectivo
de Quiet Revolution é o de convidar um vasto mar de vozes inaudíveis a
participar na conversa. Através de um conjunto incrível de ferramentas e
programas, Quiet Revolution certifica-se que todos os introvertidos têm oportunidade
de ser ouvidos e que conseguem alcançar o seu potencial de modo a beneficiar a
todos – inclusive os extrovertidos.
Eu sou,
por natureza, uma pessoa introvertida. Durante muitos anos, convencida que era
defeito, fiz por escondê-lo e tentei tornar-me em algo que não sou. Mas hoje em
dia já não quero saber. Ser introvertido não quer dizer que não se tenha
ideias, ou que se seja tímido, "atado", ou “bicho do buraco” – tudo rótulos
que no passado ouvi, que me magoaram, que me envergonharam, mas que hoje já não
me afectam por saber que não são verdade e que eu não tenho o dever de provar
nada a ninguém; a minha única obrigação nesta vida é a de me tornar no melhor
ser humano com aquilo que tenho, não é imitar ninguém nem fantasiar com o que
me falta (e nunca terei) como, por exemplo: o coração e paciência da Madre
Teresa de Calcutá, a coragem de Nelson Mandela, a inteligência de Albert
Einstein, o corpinho bem feito e carinha laroca de Halle Berry …ou a porrada de
dinheiro destes dois estuporzinhos.
Quem
pensa que ser introvertido é característica de fracos que se desengane. Lá
porque algo é repetido até à nausea não quer dizer que seja verdade; a
sabedoria convencional, por vezes, deixa muito a desejar. Não gosto de catalogar
os seres humanos com rótulos como se de mercadoria se tratasse, mas, se alguém
me pedisse para definir um introvertido responderia, mais ou menos, nestes
termos:
Somos
pensativos, profundos, reservados (mas não, necessariamente, tímidos) atenciosos,
respeitadores, observadores e analíticos. Somos mais felizes trabalhando nos
bastidores do que sendo o centro das atenções. Preferimos grupos pequenos a
multidões, o silêncio à barulheira e, enquanto muitos vêem a solidão como “uma
coisa muito triste” e a evitar a todo o custo, é em paz e sossego que esta
introvertida recarrega as suas baterias. Não tenho problema absolutamente
nenhum em passar horas (ou mesmo dias) a fio na companhia dos meus pensamentos
e encerrada nas minhas quatro paredes. Estou farta de dizer a certos “bem
intencionados” que não há pior solidão do que aquela que sentimos enquanto
rodeados de outros que pouco ou nada nos dizem.
Em Introvert Power, Laurie Helgoe escreve o seguinte: "Where introverts can face a natural disadvantage, as their flashier,
more socially agile peers command more attention, introverts, by not being so heavily
influenced by what everyone else is doing, can be more open to novel
solutions" – Amém a esta afirmação. Falando de um ponto de vista
estreitamente pessoal, posso dizer que não sou uma pessoa facilmente influenciável,
ou alguém que lê livros, ou que vê filmes ou programas de televisão só por
estarem na "moda". E a propósito de moda: a minha indumentária de escolha
(fora do meio conservador em que trabalho) é o que me agrada aos olhos e me faz
sentir confortável. Não sigo os conselhos de ninguém no que diz respeito ao que
se usa agora ou já deixou de usar.
Existe,
actualmente, uma abundância de pesquisas recentes que demonstram a importância
de garantir que as opiniões dos introvertidos são para ser ouvidas, e é cada
vez maior o número de empresas onde o dia de trabalho é começado com um período
de silêncio - é assim que Jeff Bezos,
fundador da Amazon, inicia todas as reuniões de trabalho.
Felizmente,
à medida que estes (e outros) resultados são divulgados, os equívocos quanto
aos introvertidos vão-se esclarecendo e as mentalidades, aos poucos, mudando.
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