Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

12 de julho de 2015

As esquecidas: o rosto feminino da pobreza

POVERTY WOMEN AMERICA

70 por cento dos mais de 100 milhões de americanos que vivem no limiar da pobreza são mulheres e crianças.

Há 50 anos atrás, a frase "a pobreza na América" era associada a imagens de crianças pobres nas barracas dos Apalaches ou dos bairros problemáticos das grandes cidades. Hoje, as linhas que separam a classe média de trabalhadores pobres e os trabalhadores pobres daqueles em situação de pobreza absoluta é cada vez mais turva. A nova imagem icónica do americano  com dificuldades economicas é o de uma mãe que trabalha vários trabalhos “just to make ends meet”, correndo que nem uma louca logo de manhã cedo enquanto prepara os almoços do filhos e lhes escova o cabelo com uma mão e distribui a medicação à sua própria mãe, idosa, com a outra. Por onde quer que olhem, cada capa de revista e talk show dizem-lhes que as mulheres se sentem mais "poderosas" do que nunca, mas o que elas se sentem é exaustas.

Muitas destas mulheres sentem que estão apenas a um único incidente – um osso fraturado, um carro estragado, ou uma redução de salário – à beira do abismo. E isto não é nem exagero nem loucura:

Quase 2/3 dos trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional são mulheres.
40% dos lares com filhos menores incluem mães que são o único ganha-pão ou o principal.  

Mais de 70% dos trabalhadores a ganhar o salário mínimo não têm direito a baixa por motivos de doença.

As mulheres ganham, em média 77% do salário dos homens. Este factor aliado aos preços astronómicos dos infantários são a razão porque grande parte das mulheres americanas deixam de trabalhar até o filho mais novo ter idade de ir para a escola e, depois, muitas regressam ao mercado de trabalho em regime de part-time e por isso são poucas as que chegam ao topo da piramide.

Quem estiver interessado pode ler mais aqui: "I will work for food"

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