70 por cento dos mais de
100 milhões de americanos que vivem no limiar da pobreza são mulheres e
crianças.
Há 50 anos atrás, a
frase "a pobreza na América" era associada a imagens de crianças
pobres nas barracas dos Apalaches ou dos bairros problemáticos das grandes
cidades. Hoje, as linhas que separam a classe média de trabalhadores pobres e
os trabalhadores pobres daqueles em situação de pobreza absoluta é cada vez
mais turva. A nova imagem icónica do americano com dificuldades economicas é o de uma mãe que
trabalha vários trabalhos “just to make ends meet”, correndo que nem uma louca
logo de manhã cedo enquanto prepara os almoços do filhos e lhes escova o cabelo
com uma mão e distribui a medicação à sua própria mãe, idosa, com a outra. Por
onde quer que olhem, cada capa de revista e talk show dizem-lhes que as
mulheres se sentem mais "poderosas" do que nunca, mas o que elas se
sentem é exaustas.
Muitas destas mulheres
sentem que estão apenas a um único incidente – um osso fraturado, um carro estragado,
ou uma redução de salário – à beira do abismo. E isto não é nem exagero nem
loucura:
Quase 2/3 dos
trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional são mulheres.
40% dos lares com filhos
menores incluem mães que são o único ganha-pão ou o principal.
Mais de 70% dos
trabalhadores a ganhar o salário mínimo não têm direito a baixa por motivos de
doença.
As mulheres ganham, em
média 77% do salário dos homens. Este factor aliado aos preços astronómicos dos
infantários são a razão porque grande parte das mulheres americanas deixam de
trabalhar até o filho mais novo ter idade de ir para a escola e, depois, muitas
regressam ao mercado de trabalho em regime de part-time e por isso são poucas
as que chegam ao topo da piramide.
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