Pessoas
e relações tóxicas vêm em todos os tipos de embalagens e tamanhos mas, para o propósito
deste texto, vou-me debruçar apenas
sobre as “negative nellies“. Todos nós as conhecemos: são aquelas pessoas com que nos cruzamos ao longo
da vida, para quem carpir sobre tudo e sobre nada é um desporto favorito.
Fazem-no não porque procuram solução para os seus problemas, mas porque se
sentem melhor se nos atrairem para o mesmo poço escuro em que se encontram (não
é por acaso que se costuma dizer, “misery loves company”).
Há quem diga que afastarmos este tipo de pessoa das
nossas vidas é um acto de egoismo porque temos de ser uns pelos outros, porque
devemos ter compaixão, porque a piedade é sinal de
que nos importamos e de que somos
bons cristãos; a tudo isto,
eu digo “yada-yada-yada” – como também diria a namorada de George Costanza.
Sim, é verdade que devemos ser uns pelos outros e
que devemos estar sempre dispostos a ajudar seja quem for. Mas mais importante
ainda é que a outra pessoa queira ser ajudada e, sobretudo, que esteja disposta
a se ajudar a si própria. Caso contrário não passam de uma nuvem negra pairando sobre nós a nos roubar o
sol das nossas vidas. E é aí que se tornam tóxicas. E é por isso que devem ser
afastadas – sejam amigos, conhecidos, colegas...ou família. São poucas as
ocasiões em que devemos ser egoistas mas esta, a meu ver, é uma delas.
Mas
isto pode ser extremamente difícil, sobretudo para quem tem pais tóxicos e não
os pode cortar completamente da sua vida, para quem tem colegas tóxicos com
quem tem de lidar diariamente e é um autêntico pesadelo para quem é forçado a
viver com pessoas assim (sobretudo as crianças e quem se vê numa relação tipo
beco sem saída).
A
meu ver, é mais difícil lidar com colegas, pais, e conjugues tóxicos do que com
amigos, amantes e conhecidos tóxicos;
podemos sempre nos afastar destes, fazendo-lhes ver que estaremos sempre
dispostos a ajudar sempre que precisarem de nós desde que eles estejam
dispostos a receber essa ajuda e a tomar medidas construtivas para se
ajudarem a si próprios. A decisão então é deles e nós afastamo-nos sem
sentimentos de culpa e com a consciência tranquila.
Para
evitar problemas no futuro, é importante escolher bem as pessoas com que
decidimos partilhar a vida adulta; infelizmente, muitas vezes acabamos por
optar pelo familiar, mesmo reconhecendo que aquela não é a melhor
pessoa/relação para nós. Então, em vez de escolher o que poderia ser,
potencionalmente, mais gratificante, optamos pelo "tried-and-true",
por aquilo que entendemos ser seguro. Isto é um erro, e é esta a razão porque
muitas mulheres que cresceram sob o dominio de pais abusivos acabam por escolher
para parceiros homens igualmente abusivos - só para dar um exemplo. Depois
admiram-se quando os cenários se repetem com protagonistas diferentes ou, pior
ainda, quando se convencem que o "defeito" é delas e que é por isso
que merecem ser criticadas, humilhadas, abusadas e castigadas.
E
é por tudo isto que eu hoje acho tão importante rodearmo-nos de pessoas que nos
fazem sentir bem e que nos inspiram a evoluir como seres humanos; não
tornando-nos em algo que não somos, mas numa versão melhor daquilo que já
somos. E é por tudo isto que eu hoje
acredito que mais vale só do que mal acompanhado...e talvez seja por tudo isto
que deixei de ter medo da solidão.
A realidade, porém, é
esta:
I have a serious problem dealing with toxic people
(whether they’re fake, arrogant, Debbie downers prone to melodramas or just
plain callous and insensitive miserable souls) but I think negativity bothers
me more than anything else. Like so many other of our adult idiosyncrasies,
this one also dates back to childhood and a parental figure in my life.
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