Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

14 de outubro de 2015

Incroyable!



Fiquei, sobretudo, muito bem impressionada com os sotaques das línguas que percebo.

Sempre quis aprender línguas estrangeiras, quanto mais melhor; infelizmente, sou apenas fluente em duas: português (a minha língua materna) e inglês (por necessidade). Francês e espanhol entendo sobretudo na forma escrita, embora em tempos idos até não falasse nada mal francês; o problema é não estar exposta a esta língua há décadas.

O objectivo é quando me aposentar regressar à Alliance Française de modo a melhorar os meus parcos conhecimentos de francês e aprender italiano. Dos sonhos que sempre tive e que ainda não se esfumaram são conhecer Paris, Roma, Herculano e Pompéia e recuso-me ir para esses sítios a perguntar, “Do you speak English?”

12 de outubro de 2015

Everybody Hurts by R.E.M



Thankfully, there are also intermittent joyous moments.



When your day is long
And the night, the night is yours alone
When you're sure you've had enough
Of this life, well hang on

Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts sometimes

(...)

Everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand, oh no

(…)

Well, everybody hurts sometimes
Everybody cries
Everybody hurts sometimes


Não importa



É difícil, doi como o diabo ... mas não importa.
É uma grande pilha de sofrimento ... mas não importa.
É um forte golpe à nossa auto-estima ... mas não importa.
Sentimo-nos rejeitados e menos do que ... mas não importa.

Foi alguma coisa que eu fiz (ou não fiz)? Foi alguma coisa que eu disse (ou não disse)?... Será devido à minha actual aparência física?

NÃO IMPORTA. NÃO IMPORTA. NÃO IMPORTA. “You shouldn’t have to babysit the neurons inside someone’s head”



“You don't need someone who is too stupid to see how valuable you are.  Let it go.”


Deixa-o ir.
Esquece-o.
Difícil mas factível.

Se preferes outra é porque não és a pessoa certa para mim.
Obrigada por todas as lições valiosas, mas:

Arrivederci.
http://i.ytimg.com/vi/lcOErFjMbVA/0.jpg

10 de outubro de 2015

Terrores despropositados



http://www.phobics-society.org.uk/files/2014/02/stock-photo-phobia-symbol-isolated-on-white-background-anxiety-disorder-icon-conceptual-design-108081548.jpgFobias são muito mais do que receios ou “meros” medos. Fobias são medos frequentemente infundados (mas sempre intensos e persistentes) de situações, de objectos ou de animais. Fobias são incapacitantes e desproporcionais à ameaça inerente. Fobias são medos que não podem ser explicados racionalmente.

Por serem incapazes de controlar os seus medos irracionais, os indivíduos fóbicos lidam com esta patologia evitando a situação / objecto / animal que tanto tumulto e ansiedade lhes causam. Conheço quem adore viajar e gostaria de conhecer meio mundo não fosse a fobia que tem de andar de avião; conheço quem adore a natureza mas que tem pavor de pássaros; conheço quem diz adorar jardinagem mas que evita esta actividade a todo o custo devido à sua fobia a borboletas; conheço quem entre em pânico sempre que avista uma aranha (por muito pequena que esta seja); conheço uma senhora que não é hoje bióloga devido a uma fobia a todos os roedores que apresentem o mínimo de semelhança aos ratos; conheci uma vez uma criança que desatava aos berros sempre que via um palhaço; e tenho uma sobrinha que adora animais e anatomia, que preferiria ser veterinária a fazer o que faz hoje, mas que entra em pânico sempre que vê sangue. Tudo pessoas super-inteligentes e interessantes, nenhuma orgulhosa de sentir tanta impotência ou de fazer tanto alarido sempre que se depara com algo tão inofensivo. Algumas sentem vergonha das suas fobias e todas dizem que gostariam de ser diferentes…mas dizem que não conseguem por si próprias. Não obstante os prejuízos significativos que estes medos sem nexo lhes têm causado ao longo da vida, todas põem de parte a hipótese de auxílio profissional por saberem que isso implicaria contacto com a fonte de tanta agitação irracional. Muitas preferem guardar segredo devido às “gracinhas” de mau gosto de que são por vezes vítimas por parte de engraçadinhos sem piada nenhuma; o facto de sofrerem com isso, por si só, não deve ser motivo de alegria para ninguém.

Muitas destas fobias têm origem em experiências traumáticas vividas durante a infância, porém, dizem os entendidos que a origem da maioria de tanto desconforto insidioso não tem qualquer motivo aparente. 

Eu nasci com uma fobia de elevadores. Como isto é de nascença, não faço a minima idéia de onde veio. Lembro-me de em crianca, sempre que me metia dentro de um elevador de ter de ir ao colo ou agarrada às pernas de alguém, olhos bem fechados enquanto rogava aos anjinhos para que aquela caixa não parasse antes de chegar ao destino e as portas se abrissem. Mesmo em adolescente lembro-me de não conseguir olhar para a porta de um elevador sem sentir o coração a bater desenfreadamente e os músculos todos tensos e nunca esquecerei o esforço que foi preciso para, aos 12 anos, finalmente me meter num elevador sozinha. Com a idade, e por necessidade, este pavor desmedido e incontrolável deixou de ser tão intenso e incapacitante mas continuo a não gostar deles. Nunca vivi (nem faço tenções de viver) num andar superior ao terceiro. Já visitei as plataformas de observação do Empire State Building em NYC, Space Needle em Seattle e CN Tower em Toronto … sempre com o coração nas mãos… mas continuo a não achar piada absolutamente nenhuma a arranha céus. Esporadicamente ainda sonho que entro num elevador que não pára no destino: ora sobe sempre e depois torna-se teleférico, ora desce até à cave e depois só anda para o lado; quando finalmente decide parar e abrir a porta, deixa-me sempre perdida num sítio completamente diferente do meu destino original. Escusado será dizer que estes são sonhos de excessiva ansiedade e que so servem para me estragar o dia.



  https://funnyphobic.files.wordpress.com/2009/04/monsterelevator1.jpeg?w=281&h=300

Estas palavras vieram a propósito do seguinte artigo: "A little slice of hell"