Disseram-me recentemente que vivemos num Mundo imundo e perigoso; respondi-lhe assim: O Mundo pode ser imundo e perigoso, mas ainda há pessoas belas e eu preciso de acreditar que a grande maioria dos seres humanos não são monstruosas. Por alguma razão a minha canção favorita é
esta – apesar de todos os perigos e imundices por aí fora.
As emoções humanas são um "package deal". Reprimir sentimentos desagradáveis só serve para nos "anestesiar" e dessensibilizar tornando-nos, assim, insensíveis tanto à alegria, como à dor. A única maneira de sair deste torpor é tendo coragem para nos atirarmos de cabeça em direcção ao inferno emocional que tanto queremos evitar.
Ignorar a realidade e as emoções negativas não leva nem à alegria nem à paz de espírito, antes pelo contrário: evitar a dor resulta, frequentemente, numa corrente tóxica e constante de inquietação, mal-estar, ansiedade e comportamento disfuncional.
Por vezes é preciso atingir o fundo (bem fundo) do poço e acreditar que o único caminho daqui para a frente é a subir. E isso doi. E isso custa. E isso é necessário.
Nós só podemos controlar duas coisas na vida: o modo como nos preparamos para o que possa acontecer (bom e mau) e o modo como reagimos ao que acabou de acontecer. Na maioria das vezes não podemos controlar o exacto momento em que as coisas acontecem nas nossas vidas, e é precisamente por isso que precisamos de estar preparados. E é isso a sorte: quando a preparação e a oportunidade se cruzam. E é isso o azar: falta de preparação face às oportunidades presentes.
O perdão não exonera o perpetrador nem justifica comportamentos desprezíveis; por ser um pilar da paz e da serenidade, o perdão é um presente que oferecemos a nós mesmos. Porém, perdoar requer mais força do que viver de coração pesado, ressentido, vingativo ou cheio de raiva; e é por isso que vale a pena: nada que vale a pena cai do céu, assim sem mais nem menos. Tudo quanto vale a pena dá trabalho.
Ao abrir os nossos olhos para os "milagres" da vida, a gratidão promove estados de alegria, tranquilidade, entusiasmo e empatia. A gratidão inibe emoções dolorosas como a ansiedade, a mágoa, a solidão e a tristeza, e é fundamentalmente incompatível com a inveja. A gratidão é reconfortante. Infelizmente, por vezes passamos demasiado tempo preocupados com o que perdemos ou nunca tivemos em vez de valorizar o que já temos e, mais importante ainda,
quem já temos nas nossas vidas. E isto é um erro, contraproducente e uma verdadeira perda de tempo e energias. Por alguma razão Cícero apelidou a gratidão a mãe de todas as outras virtudes.
Nós definimo-nos pelas histórias que contamos a nós mesmos.
A minha biografia não é o meu destino; as minhas decisões são o meu destino.
Sempre que me agarro à minha história, faço-o à custa do meu destino.