Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

25 de dezembro de 2015

Para os meus leitores mais frequentes…



… (os “top ten”) com cumprimentos do Google Translate:

Merry Christmas; Feliz Natal; Feliz Navidad;  Fröhliche Weihnachten; Joyeux Noël ; счастливого Рождества; 메리 크리스마; 诞节快; щасливого Різдва; Wesołych Świąt 
http://theawesomedaily.com/wp-content/uploads/2013/12/christmas-cat-wallpaper-l.jpghttps://lifeinthelongtail.files.wordpress.com/2015/11/amazing-christmas-cards-with-cats-3.jpg

Obrigada por mais de 2 mil visualizações nestes últimos 14 meses.
Obrigada por me aturarem.
Um dia feliz a todos.

(voltem sempre)

21 de dezembro de 2015

BEM FEITA!

All the "jokesters" who have a habit of engaging in this type of crap should be forced to watch this video:
You are NOT funny. You are all repulsive creeps of the lowest denomination. You are all disgusting. You are all perverts engaging in vile behavior, and this is sexual harassment – plain and simple!

This asshole was unconscious for two hours after hitting his head on the sidewalk – not nearly long enough! 

All this coming from someone who is a firm believer that violence is never the answer and that an eye for an eye makes the whole world go blind. But, coming from someone who started being a victim of this type of behavior at the tender age of 12 (sometimes at the hands and filthy mouths of much older men) and who felt dirty, self-conscious, guilt and shame as a result (at a time when I didn’t know any better) unsolicited groping and flatteries of bad taste from strangers on the street is something that makes this Portuguese-American blood of mine BOIL!!!...

So, if any of you is reading this, ask yourself this simple question: "Would I like it if a perfect stranger did/said this to my own mother/sister/daughter?" If you still don't give a rat's ass, I suggest you seek treatment - "PRONTO!"

20 de dezembro de 2015

Boas festas tristes

Para uma época do ano em que é suposto andarmos todos solidários e felizes da vida, existem muitas pessoas a sofrer dos "holiday blues" e, até mesmo, de depressão. Uma coisa é a depressão sazonal que afecta desde um quarto a metade dos habitantes dos lugares menos solarengos do hemisfério Norte, outra é a depressão "induzida" pelos stresses desta sociedade hiper-competitiva, consumista e individualista, aliada ao esforço de certos políticos porcos e inescrupulosos empenhados em atiçar o medo para obter o poder. Tudo isto exacerbado por dificuldades económicas, porém vivido lado a lado com imagens tipo Hallmark a projectarem solidariedade, felicidade, riqueza, paz e amor.

Esta incompatibilidade entre as expectativas e a realidade só serve para causar ainda mais confusão o que, por sua vez, resulta em ainda mais raiva, tristeza, desespero e aumenta ainda mais todo o conflito social e psicológico de que não temos falta. 

E é este "business as usual" que de ano para ano me mete cada vez mais nojo.

19 de dezembro de 2015

Frases (e sentimentos) avulsos

Disseram-me recentemente que vivemos num Mundo imundo e perigoso; respondi-lhe assim: O Mundo pode ser imundo e perigoso, mas ainda há pessoas belas e eu preciso de acreditar que a grande maioria dos seres humanos não são monstruosas. Por alguma razão a minha canção favorita é esta – apesar de todos os perigos e imundices por aí fora.

As emoções humanas são um "package deal". Reprimir sentimentos desagradáveis só serve para nos "anestesiar" e dessensibilizar tornando-nos, assim, insensíveis tanto à alegria, como à dor. A única maneira de sair deste torpor é tendo coragem para nos atirarmos de cabeça em direcção ao inferno emocional que tanto queremos evitar.

Ignorar a realidade e as emoções negativas não leva nem à alegria nem à paz de espírito, antes pelo contrário: evitar a dor resulta, frequentemente, numa corrente tóxica e constante de inquietação, mal-estar, ansiedade e comportamento disfuncional.

Por vezes é preciso atingir o fundo (bem fundo) do poço e acreditar que o único caminho daqui para a frente é a subir. E isso doi. E isso custa. E isso é necessário.

Nós só podemos controlar duas coisas na vida: o modo como nos preparamos para o que possa acontecer (bom e mau) e o modo como reagimos ao que acabou de acontecer. Na maioria das vezes não podemos controlar o exacto momento em que as coisas acontecem nas nossas vidas, e é precisamente por isso que precisamos de estar preparados. E é isso a sorte: quando a preparação e a oportunidade se cruzam. E é isso o azar: falta de preparação face às oportunidades presentes.

O perdão não exonera o perpetrador nem justifica comportamentos desprezíveis; por ser um pilar da paz e da serenidade, o perdão é um presente que oferecemos a nós mesmos. Porém, perdoar requer mais força do que viver de coração pesado, ressentido, vingativo ou cheio de raiva; e é por isso que vale a pena: nada que vale a pena cai do céu, assim sem mais nem menos. Tudo quanto vale a pena dá trabalho.

Ao abrir os nossos olhos para os "milagres" da vida, a gratidão promove estados de alegria, tranquilidade, entusiasmo e empatia. A gratidão inibe emoções dolorosas como a ansiedade, a mágoa, a solidão e a tristeza, e é fundamentalmente incompatível com a inveja. A gratidão é reconfortante. Infelizmente, por vezes passamos demasiado tempo preocupados com o que perdemos ou nunca tivemos em vez de valorizar o que já temos e, mais importante ainda, quem já temos nas nossas vidas. E isto é um erro, contraproducente e uma verdadeira perda de tempo e energias. Por alguma razão Cícero apelidou a gratidão a mãe de todas as outras virtudes.

Nós definimo-nos pelas histórias que contamos a nós mesmos.

A minha biografia não é o meu destino; as minhas decisões são o meu destino. Sempre que me agarro à minha história, faço-o à custa do meu destino.

17 de dezembro de 2015

Living on the edge



We are currently living in a world of fear, worthiness and shame. We are fearful of those who look different from us and express themselves in strange tongues, but we also live in constant fear of not being able to measure up to what our highly competitive societal norms deem as success. As individuals we fear that we are not enough. We fear failure. We fear fear itself.

It used to be that many people measured up their self-worth by “keeping up with the Joneses”, in a constant race to see who had the biggest house, the best car, and the latest model of whatever new gadget went on the market. Now, many also measure themselves by the number of likes, friends and connections they are able to muster on the various social networks.

It’s like we all live in a bubble, enveloped by a membrane (or thin layer) of a (more-often-than-not) perceived threat capable of turning otherwise decent folks into monsters. It’s like we stopped using our collective brains and now live constantly on the attack, trusting no one but a select few.

We fear not being good enough, safe enough, rich enough, or thin enough when, what this world is really scarce of, is good-will, empathy and open-mindness.

And so it goes in most of the western world, the so-called “civilized world”. And the end result is a slew of problems easily avoidable if it weren’t for so much vulnerability running amuck. Vulnerability, a by-product of all these fears, is the culprit of many of the most serious problems in this world of ours.

16 de dezembro de 2015

A “Malala” afegã



Aziza Rahim Zada é uma menina afegã de 14 anos que já fez mais pela humanidade do que a maior parte dos adultos fazem a vida inteira. O seu poder de persuasão (aliado a uma força e boa vontade inabaláveis) derrubou as barreiras da burocracia ao conseguir que as autoridades governamentais autorizassem as crianças do seu acampamento sem documentos de identificação a frequentar a escola; angariou fundos para comprar material escolar; convenceu os anciãos da comunidade a permitir que todas as crianças recebam uma educação; e conseguiu que todos os residentes da vila onde reside com a sua família tenham hoje acesso a água canalizada. Sempre de voz baixa e sem grandes alaridos.

Após quatro anos a trabalhar na obscuridade, Aziza é hoje uma das três crianças nomeadas para o Prémio da Paz Internacional da Criança, o mesmo prémio concedido a Malala Yousafzai, a menina paquistanesa baleada pelo Taliban por defender a educação das raparigas.

Ao contrário de Malala, o nome Aziza ainda não corre nas bocas do Mundo, mas muitos já a comparam à jovem paquistanesa. Ambas visionárias, ambas veemente crentes do poder da educação e possuidoras de mega-doses de garra, coragem e graça, estas duas jovens encarnam o que, pelo menos na minha opinião, são os verdadeiros heróis.