Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

10 de dezembro de 2016

Sorrir “à la” Mona Lisa

Para franzir a testa são precisos 43 músculos e para sorrir apenas 17; todavia, nos dias que correm a oferta de sorrisos é escassa. E mais: sorrir para um estranho na esperança de se receber um sorriso em troca resultará, muito provavelmente, ou numa carranca assustadora ou num sorriso amarelo acompanhado de um olhar confuso. Mas vale a pena tentar.

Um sorriso não precisa de tradução. Um sorriso genuíno transcende fronteiras e diferenças de religião ou política; um sorriso liberta endorfinas, aquelas substanciazinhas químicas e analgésicas libertadas pelos neurónios que convencem os nossos corpos e cérebros de que estamos bem e felizes, mesmo quando a realidade é outra.

Sorrir ajuda a encarar o dia com amabilidade e compreensão. Um meio-sorriso como o da Mona Lisa é o suficiente para relaxar todos os músculos do rosto, tornar-nos mais conscientes, apazigua-nos e devolve-nos a paz que julgávamos ter perdido.

Claro que há pessoas que parecem encontrar prazer na miséria e para as quais sorrir nem sempre dá resultado. Mas a maioria de nós, penso, não é assim. Todos temos maus dias e todos passamos por momentos difíceis com que, por vezes, não sabemos lidar e uma cura rapida é, frequentemente, um simples sorriso. Quem me ensinou isto foi uma senhora, com idade para ser minha mãe, que um dia viu-me à espera do trolley na Portagem de Coimbra provavelmente com uma cara de poucos amigos e que, começando com um simples sorriso e continuando com uma conversa de quem tinha genuinamente interesse e queria ajudar, virou-me completamente ao contrário. Já lá vão 44 anos e nunca mais vi a senhora, mas nunca mais me esqueci porque ainda hoje me lembro do bem que me fez.

É por isso que, hoje em dia, quando me deparo com algum resmungão a primeira coisa que faço é sorrir e falar-lhes como se fossem as pessoas mais simpáticas e afáveis deste mundo. Nem sempre dá resultado, mas quando dá sinto-me satisfeita. 

Experimentem. Independentemente do humor ou estado de alma em que se encontrarem, sorriam. Sorriam  novamente e verificarão que, como magia, sentirão os primeiros sinais de felicidade. É difícil lutar contra os efeitos de um simples sorriso, é mais difícil ainda franzir a testa quando nos sentimos bem.
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