Tens 86.400 euros escondidos; vem um gatuno e rouba-te 10 €
porque não
encontrou o resto.
Ninguém no seu juizinho normal ficaria de tal maneira danado ao
ponto de deixar que o velhaco do ladrão lhe dê cabo do resto do dia ou, pior
ainda, que projecte a sua frustação em cima de outras pessoas que não
tiveram culpas nenhumas no cartório. A grande maioria das vítimas,
neste caso, dava graças aos anjinhos pelo larápio não ter descoberto o resto do
dinheiro; aposto que, quando deparado com uma situação destas, o mais comum dos
mortais teria um pensamento semelhante a este: “Graças a Deus que o sacana só
me levou 10€
e não
encontrou os restantes 86.390!” Neste caso, o mais comum dos mortais, penso eu,
não
ficaria obcecado em exercer vingança pelos 10€ perdidos.
Então porque carga de água é que, havendo 86.400 segundos em
cada 24 horas, o mesmo mais comum dos mortais tem tendência a ficar cego de raiva quando
um idiota qualquer lhe estraga 10 segundos desses mesmos 86.400?
Esta é a época em
que muitos de nós respiramos bem fundo antes de avaliar o ano que está a
terminar e em que decidimos mudar. Ao tentarmos mudar para versões
melhores daquilo que somos, muitas vezes falhamos. A minha resolução de Ano
Novo para o próximo ano é simples: no final de cada dia, pretendo anotar tudo o
que de bom aconteceu nesse dia e, na véspera de Ano Novo de 2017, pretendo ler
tudo o que escrevi nesse pequeno caderno e deliciar-me com o quão grata por
esta vida que os meus pais me ofereceram e que eu desenhei (com a influência
de todas as pessoas com quem me deparei ao longo dos tempos; com a ajuda da
Providência e/ou de mero acaso; e com a maneira como tenho agido até aqui) devo estar
É este o plano. Será que se concretizará?
O tempo o dirá.
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