“If some lives form a perfect circle, others take shape in ways we cannot predict or always understand. Loss has been part of my journey. But it has also shown me what is precious. So has love for which I can only be grateful.” - Nicholas Sparks in Message in a Bottle
Nota Breve
Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.
This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.
Frequentemente, a tendência para matutar sempre na mesma
coisa e analisar um dilema ou opção de vida atéà nausea deve-se a uma única
emoção: o medo.
Quando nos focamos em tudo o que pode correr mal, é muito fácil
ficarmos paralisados... a ver o barco a passar.
Em vez de nos deixarmos obcecar com possibilidades que podem nunca
acontecer, é importante visualizar tudo o que pode correr bem, mantendo esses
pensamentos positivos, focados no presente e no objectivo final.
Quando nos preocupamos com as coisas que podem correr mal, não
estamos a evitar que elas acontençam.
Quando nos preocupamos com as coisas que podem correr mal, estamos a
nos privar de paz no presente.
Quando nos preocupamos com as coisas que podem correr mal, vivemos
sempre em angústia.
Quando nos preocupamos com as coisas que podem correr mal, corremos o
risco de perder a maior oportunidade das nossas vidas.
Quando nos preocupamos com as coisas que podem correr mal, corremos o
risco de nos odiarmos para sempre – precisamente por reconhecermos (frequentemente
tarde demais) que, por pura estupidez, perdemos a maior oportunidade das nossas
vidas.
Note to self:
“Stop being afraid of what could go wrong, and start being positive about
what could go right.”
"Everything is interconnected. Gratitude improves sleep. Sleep reduces pain. Reduced pain improves your mood. Improved mood reduces anxiety, which improves focus and planning. Focus and planning help with decision making. Decision making further reduces anxiety and improves enjoyment. Enjoyment gives you more to be grateful for, which keeps that loop of the upward spiral going. Enjoyment also makes it more likely you'll exercise and be social, which, in turn, will make you happier."
As pessoas pensam que uma alma gémea representa uma "combinação perfeita" e é isso que muitas querem e procuram, mas não é bem assim. Uma alma gémea é um espelho, alguém que nos chama à atenção para aquilo que somos, um verdadeiro reflexo do nosso âmago – o bom, o mau e o feio.
Uma alma gémea não nos quer mudar à viva força, mas chama-nos à atenção para que possamos mudar o que está mal no nosso Ser. Uma alma gémea ajuda-nos a derrubar muros e acorda-nos para a realidade, de modo a que possamos viver a nossa vida de acordo com a nossa potencialidade. Uma alma gémea ajuda-nos a nos tornarmos em versões melhores daquilo que já somos. Uma alma gémea ama-nos – espinhos e tudo.
Uma verdadeira alma gémea respeita-nos. Uma verdadeira alma gémea é, provavelmente, a pessoa mais importante com que alguma vez nos cruzaremos.
Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" (Heterónimo de Fernando Pessoa)
O que mais custa quando perdemos um ente querido é a realização de que nunca mais o voltaremos a ver. Foi isto que senti quando duas pessoas que eram muito importantes para mim faleceram. “Never again” é, de facto, uma eternidade e um conceito que tenho uma certa dificuldade em engolir. Mas com o passar do tempo isto muda e hoje continuo a sentir essas duas pessoas muito perto, sobretudo nos momentos mais difíceis.
A única certeza que tenho é a de que nada sei; dito isto, sinto que o Ser humano não se limita a “x” de carcaça (corpo) com “y” de personalidade. Acredito que cada um de nós é composto por um bloco de energia, particulas que se movem tão depressa, tão depressa, que parecem imóveis. Aquilo a que chamamos “corpo” nada mais é do que uma máquina que, como todas as máquinas, se comportam melhor quando são novas mas que, com o passar dos anos, cansam-se e acabam por lhes dar o béri-béri. Este corpo que habitamos temporariamente não passa de uma “miscelânea” do ADN dos nossos antepassados e que mais tarde será “reciclado.”
Conheço quem diga que a vida é uma linha mais ou menos recta; eu acredito mais no conceito circular da vida (“the circle of life”) e menos de que a vida é linear, com princípio, meio e fim.
Não penso assim para que me sinta melhor, ou porque gosto mais do que a alternativa; é isto o que eu sinto desde os meus tempos de criança e, ao contrário do que se possa pensar, este tipo de pensamento não se deve a nenhuma lavagem cerebral por parte de nenhum adulto, nem tão pouco ao condicionamento social, antes pelo contrário.
Como tanta criança do Portugal dos anos 60, eu também frequentei colégios de freiras onde padeci com aulas de Religião e Moral, naquele tempo obrigatórias. Como se isso não bastasse, durante cinco anos fui obrigada a todos os domingos assistir à Missa, véu branco a tapar o cabelo e sempre em jejum (que era para não receber o corpo de Cristo sem sacrifício e evitar cometer um pecado mortal que me levasse direitinha ao inferno). Seguiam-se as aulas de Catequese onde a doutrina que me tentaram impingir ia sempre contra aquilo que, na minha perspectiva, fazia mais sentido.
Hoje em dia continuo a sentir-me muito despegada deste corpo e a vê-lo não como o que eu sou, mas como um meio de transporte (“a vessel”) para o que sou; quando este “vessel” der o berro (e já faltou mais) eu continuarei a existir noutra forma, noutra dimensão.
Talvez por isso não encare a morte como um “vazio” seguido de um “nada.” Já Antoine Lavoisier, biólogo e químico francês do séc. XVIII e hoje considerado “o pai da química moderna”, dizia: “Rien ne se créé, rien ne se perd.” Nada se cria, nada se perde. Nada morre, tudo se transforma.
E é esta a minha Fé. Nada convencional, admito, mas é minha.
“Viver
nos corações que deixamos para trás, não é morrer.” – Thomas Campbell