Nota Breve

Podia ter chamado este blog "Reflexões de uma luso-americana"; escolhi "Mensagem numa garrafa" por desconhecer o destino das minhas palavras e o impacto que estas terão. Será escrito nas versões de português de Portugal (pelos menos da maneira que me recordo) e de inglês americano.

This blog could have been named "Musings of a Portuguese-American"; I chose "Message in a Bottle" as I will never know who my words will reach and the impact they'll have on all those strangers. It is being written in American English, as well as in Portuguese from Portugal.

4 de junho de 2016

Patriotismo/Nacionalismo/Hubris - uma linha muito fina



Em conjunto com a ignorância, uma ideologia baseada no medo e mentalidades justiceiras, a idolatria à Pátria (sempre disfarçada em amor ao país) tem conduzido, ao longo dos tempos, a inúmeras barbaridades, injustiças e derramamento de sangue por esse Mundo fora. Entre as atrocidades cometidas em nome do patriotismo e religião, encontram-se: o espezinhamento de tribos de índios e outras populações indígenas ao “Novo Mundo”; as câmaras de gás da Alemanha nazista; as políticas de apartheid na África do Sul; a política externa de determinados países em prol da "segurança nacional."

Tanta rétorica em plena campanha eleitoral pregando o isolacionismo e a incitar à violencia e à desconfiança do diferente mete-me nojo. Tudo isto em nome do patriotismo, da segurança e dos interesses da Nação. 

E quem não gosta ou critica é apelidado de ingrato e/ou traidor.

Haja paciência!
 We all know now that this love becomes a demon when it becomes a god.”  - C.S. Lewis

“I could never understand ethnic or national pride because for me pride should be reserved for something you achieve or attain on your own not something that happens by accident at birth. Being Irish isn’t a skill, it’s a fucking genetic accident.” - George Carlin

Cemitérios por esse mundo fora repletos de soldados que sofreram uma lavagem cerebral.  Inimigos que, enquanto vivos, rezavam pela mesma coisa: que Deus lhes salvasse a pele, a troco da alienação dos seus inimigos. Escusado será dizer que alguém sofrerá uma enorme desilusão…

É possível ter uma boa relação e um carinho especial pelo nosso país, eu tenho. Mas não podemos deixar que o amor à Pátria nos impedeça de reconhecer os pecados do passado e, ao contrário do que algumas "mentes inteligentes" gostam de dizer, reconhecer e pedir desculpas por actos e pecados do passado não é um sinal de fraqueza, mas sim de maturidade, maioridade e humanidade.

Tenho dito.



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