(Uma questão
de diferenças de opinião e atitude):
“You can’t save the
world. If you want to save the world join the Peace
Corps…” disse-me, de
forma meia-exasperada com um tom de voz que dizia, também, “leave me alone…”; com um certo desdenho,
mesmo.
Quem me dera
poder fazer como tu e deitar a injustiça e outros problemas semelhantes para
trás das costas. Quem me dera ter mais imaginação ou mais recursos para poder
fazer o que, realmente, me daria gosto e valesse realmente a pena, algo que me
fizesse sentir realizada e útil. Quem me dera
conhecer alguém com mais meios do que eu que estivesse disposto a arregaçar as
mangas para mudar o que está mal. Quem
me dera não sentir esta impotência associada a saber que tenho as mãos atadas e
ver o tempo a passar sem que nada se resolva.
Reconhecer esta impotência dá-me
volta aos nervos.
Sei perfeitamente
que os problemas que assolam este nosso Mundo são muito numerosos e de demasiada dimensão para
serem resolvidos por uma só pessoa, mas será isso razão para não fazermos
nada? Outra frase que oiço com
frequência é, “You can’t save them all
so, for your own sanity, you might as well ignore them!” Really?... pergunto eu. Então isso é razão para que se mantenha o
actual “status quo” e se continue de papo para o ar, sentado na poltrona a
vegetar e a ver televisão? Que raio de consciência é essa? Que raio de
iniciativa é essa? Como escreveu
Bob Dylan, “How many times can a man turn
his head pretending he just doesn't see? How many ears must one person have before he can hear people cry? How
many deaths will it take till he knows that too many people have died?”
This is what the Dalai Lama says
on compassion: “Compassion, tolerance,
forgiveness and self-discipline are qualities that help us lead our daily lives
with a calm mind.” But of course, you think the Dalai Lama’s full of hot
air, so I don’t expect you to get this simple truth. Continue being miserable; by yourself, because I've had enough.
Não sou muito apologista em passar cheques para certas instituições de
caridade e solidariedade sem saber exactamente como cada dollar & cent é
distribuido; grupos deste tipo há por aí muitos, mas não são para mim. Eu
preciso de estar envolvida. Acredito no seguinte ditado: “Give a man a fish and
you have fed him today. Teach a man to fish and you have fed him for a
lifetime.” Assim sim. Nunca perdi completamente a ilusão de deixar este mundo melhor do que
quando cá cheguei e com o fim a se
aproximar a passos largos, maior parece ser a urgência. Ou talvez já vá sendo
tempo de mudar de “tude.” É o chamado “if
you can’t beat them, join them”: rendição; bandeira branca; mãos ao ar;
desistir – mas isso seria passar o resto da vida a “fazer de conta” e isso
seria traição ao que sou, coisa que não recomendo a ninguém.
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